O que sobrou

Após 51 dias, os vagabundos desocuparam a reitoria da USP. Tocaram o puteiro lá dentro, como era de se esperar. Vandalismo injustificável; quem vier falar em furor revolucionário leva no cu um cabo de enxada.
Semanas antes, estudantes protestavam na Paulista. A lei exige que pelo menos uma pista da avenida, localizada numa área cheia de hospitais, permaneça livre para a circulação de ambulâncias. Tentando cumprir a lei, policiais pediam educadamente que os vagabundos liberassem uma faixa. Em reação, os estudantes começaram a gritar “Polícia não / abaixo a repressão”. Quando um policial fez menção de prender um safado que o havia agredido, o covarde correu para trás de seus colegas. Repressão nenhuma, e os filhos da puta agindo como se estivessem tomando borrachadas e sendo pisoteados por cavalos. Mereciam? Ah, se mereciam!
Leio em um site que representantes do PT teriam ido à Síria para babar os ovos do ditador do partido Baath. O Baath era o partido de Saddam Hussein. É um partido fascista, adepto à limpeza étnica, deixaria papai Hitler orgulhoso. Releio a nota, procuro algum louvor a Olavo de Carvalho no resto do blog, ou pelo menos um “wunderblogs.com” no endereço. Mas não: trata-se de nosso velho Leite de Pato citando Claudio Humberto. Eita.
O que me leva a What’s Left, do jornalista britânico Nick Cohen, que terminei de ler recentemente. O título é um engenhoso jogo de palavras: pode ser traduzido tanto como “O que é esquerda” quanto como “O que sobrou”. Um tradutor mais espertinho sapecaria um “O que sobrou da esquerda”, sem perder a exatidão do título. A resposta: não muito. Alguma coisa aconteceu com a esquerda depois da queda do Muro de Berlim. Ficamos perdidos, parece. Apoiamos tudo o que for anti-americano, o que gera distorções. Esquerdistas do mundo todo apoiaram Slobodan Milosevic e Saddam Hussein só porque eles odiavam os americanos, deixando de lado o mais importante: eram ditadores fascistas, o pior fruto possível da direita.
A esquerda está perdida. Atira para todos os lados e não acerta nada. Confusos no meio do fogo cruzado, estudantes com meio cérebro tentam reviver as lutas do passado, mas sem nada que os sufoque. Querem protestar, protestam. Querem fazer greve, fazem. Não apanham, não são presos, não são torturados, exilados, “desaparecidos”.
Aposto que alguns deles acham isso frustrante.

36 comments

  1. Não sei se ele acham, mas eu acho extremamente frustrante ver que ninguém recebeu o que merecia. É, estou falando de uma surra bem dada nos plêiba para aprender o que é repressão de verdade. Ou pelo menos para aprenderem a lutar por algo que valha a pena…
    Mas tudo bem. No final nós é que tivemos o que merecemos: assistir a toda a balbúrdia revoltados, mas impotentes (salvo as raras exceções de textos bem escritos), sabendo que, não importa tudo o que ocorreu no passado, boa parte dos brasileiros não aprendeu a raciocinar e se limita a obedecer ordens (nem sempre racionais, é bom que se diga).
    Juro que ainda não entendo a humanidade ter existido por tanto tempo, quando a única arma que a natureza nos deu para sobreviver quase não é utilizada.

  2. Marco Aurélio,
    o jornalista Reinaldo Azevedo foi quem melhor tratou do assunto. Acompanhou a invasão desde o começo e estudantes da USP mandavam textos relatando a barbárie desses protestos (incluindo agressões a professores, como já sabemos). É só dar uma olhada no blog dele.
    No mais, esses “revolucionários” merecem é pau no cu, mesmo.

  3. Vc aposta que alguns acham frustrante? Bom, eu tenho certeza. O que eles mais esperavam era a tropa de Choque mesmo, p/ poder ter uma foto com sangue p/ mostrar p/ os netos, além, claro p/ poderem gritar como a polícia do Serra é violenta, repressora, blablabla…

  4. Marco,
    Como sempre brilhante na sua opinião. Estive hoje na USP, e confesso que por um momento senti quase que um medo. Foi uma péssima sensação, ver a depredação do patrimônio por ideais utópicos e sensacionalistas, completamente fora de contexto e realidade.
    Tenho medo de andar pelos alunos, e ser nomeado como ditador por ser contra a invasão.
    Confesso que tenho medo dessas pessoas que invadiram a reitoria, pois são bárbaros e mereciam pagar pelo que fizeram. Infelizmente temos uma reitora que atua como mãe boba, que ameaça e não pune, e uma Polícia que em certo aspecto (apenas) está certa. Se ela entrasse, esses vagabundos chamariam de repressão, adorariam apanhar e mostrar fotos deles levando porradas (vamos admitir que nada aconteceriam a eles, afinal, o berço deve protegê-los). Porém deveriam ter entrado, para impedir o que vi hoje: uma universidade tão depredada quanto banheiro de estádio em dia de final.
    A polícia estava hoje no campus. Acho que era o único jeito de evitar maiores depredações na universidade. Acho que o maior sentimento que eu, como aluno, senti foi a revolta. Saber que pessoas que mal conseguem sustentar a família pagam impostos para que essas pessoas, que moram em casas luxuosas, com carros importados e todo tipo de apoio e conforto, possam estudar sem pagar (enquanto que os menos afortunados ainda pagam pela universidade), e depredar a universidade como se estivessem no bairro deles. No final, todos nós vamos pagar por isso, pois é do nosso bolso que sai o dinheiro para isso. Se a universidade é pública, que seja para as pessoas que não possam pagar uma! Que esses estudantes de bolso cheio paguem pela universidade, e quem realmente for carente, que vá para a USP. Oras!
    Estamos novamente diante de um movimento que só levou à destruição. Um movimento sem definição de liderança ou motivação, que mal sabe o que prega, que mal sabe o que quer e de quem quer. E infelizmente, acho que isso não é o fim ainda. Teremos mais revolta diante dessa barbárie contínua. Espero que eu me forme antes de destruírem a faculdade.

  5. Parabéns Marco vc resumiu bem a situação, eles folgados fazem isso pq a Universidade é Publica, queria ver fazer protesto na FAAP com mensalidades de R$ 3.000,00.
    Pelotão de choque e reintegração de posse em 24 h

  6. Esses são os fantasmas que voltam para me assombrar.
    Fico me imaginando olhando pra mim mesmo através de um vidro, do outro lado 15 / 20 anos mais novo, cheio de certezas e sabendo claramente a quem amar e a quem odiar, e fico batendo no vidro e gritando – PARA DE FAZER MERDA – SEU ESTÚPIDO – DEIXA DE SER BURRO – mas não adianta, eu não escuto, aliás eu nunca escutei ninguém mesmo, acho que o vidro é até inútil.
    Acho que isso resume bem o que sentem esses invasores:
    “We’re the middle children of history…. no purpose or place. We have no Great War, no Great Depression. Our great war is a spiritual war. Our great depression is our lives.”
    Fight Club movie

  7. Estudante, vagabundos ou vândalos? Não sei qual a definição ideal para eles, só sei que eles deviam ir para Brasilia, badernar na Câmara e no Senado, aí sim eu bateria palmas para uma atitude “revolucionária”!
    Só não acredito mais em esquerda, muito menos em direita, são todos farinha do mesmo saco, acho que não temos mais lado para correr. Vendo casos como Renan, Roriz e afins, só tenho certeza que não é para cima que iremos. Muito menos os baderneiros da USP, que protestam apenas para serem chamados de revolucionários.
    Mas tudo bem, o brasileiro tem memória curta, logo aparece outro caso para esquecermos desses todos.

  8. Como sempre, uma análise brilhante e digna de você, Marco.
    Concordo com tudo o que você disse, mas ainda vou esperar o dia em que você, como homem sensato que é – e disso eu tenho certeza -, vai ponderar outros aspectos para comentar.
    Não estou defendendo ninguém, veja bem.
    Só acho que esse tipo de comentário não serve pra nada, a não ser para alimentar uma draga que há muito pede por atenção, cada vez mais: a corja dos fundamentalistas insensatos que se utilizam de ideologias e jovens alienados para manipular e atender seus interesses excusos.
    Eu sei que você pode virar pra mim e dizer, com toda a delicadeza que lhe é peculiar: “Vai se fuder que o blog é meu e nele eu coloco o que quiser.”
    Enfim, só quero dizer que compartilho, em certo grau, do mesmo sentimento que você. E essa barbárie facilmente condenável fere profundamente aqueles que ainda acreditam em conceitos considerados de esquerda.

  9. Quando rolou na bahia o acm nao deixou de graça. Mandou a PM invadir a UFBA e cair matando, mesmo(!), pra dentro dos estudantes. E olha que eles nem invadiram nenhum prédio.

  10. É aquela velha vontade de participar de uma “revolução”, como se isso fosse algo importantíssimo em sua formação. Pena que a deles foi cercada de mimos e de uma enorme rede de proteção.
    Disse tudo Marco, não consigo encontrar adjetivo melhor que “vagabundos”.
    E a parte do post que fala sobre a esquerda estar perdida ficou brilhante.

  11. Os “caras pintadas” decretou a morte das revoluções de esquerda. Na era Lula, a esquerda não faz mais sentido, pois ela é a direita de outrora. Os ideais de esquerda se perdeream e se diluíram, pois os goverantes “de esquerda” provaram ser tão ou mais corruptos que os “de direita”.
    Quanto a estupidez do sítio à USP, metade desses idiotas estavam lá apenas pra dizer “eu participei”. De quê? (mascando chiclete) “Ah, sei lá”.
    Só lamento é pensar que desse monte de merda da classe média/alta vão sair médicos, advogados, arquitetos…
    …que Deus nos proteja.

  12. Concordo com o texto e com boa parte dos comentários – sempre vêm um ou dois engraçadinhos.
    Os estudantes de ciências humanas precisam desesperadamente mostrar algum conteúdo intelectual, possivelmente porque o hype agora é pagar uma de inteligente para pegar mulher. Na falta de ditadores, de grandes fascínoras no Brasl, a garotada se apega contra qualquer coisa e começa a tacar pedre, caminhando e cantando e seguindo a canção.

  13. dia desses li uma notícia sobre uma das universidades maria-vai-com-as-outras, que estavam mais ou menos na mesma situação, no nordeste (muito pouca informação, mas eu lembro sim), mas lá os estudantes foram devidamente expulsos debaixo de cacete.
    nordeste, terra de metade da minha família, esta sim é uma terra que sabe resolver problemas.

  14. Sou de Salvador e vocês estão confundindo alhos com bugalhos. Os protestos na UFBA eram contra o Senador ACM, na época envolvido com o escândalo do painel do Senado. O então governador César Borger, lambe-botas de Toinho Malvadeza, mandou a PM dispersar os protestos na borracha. Mas caso estudantes invadissem a UNEB na época do ACM, iam sair de lá debiaxo de muita pancada.

  15. “Ficamos perdidos, parece. Apoiamos tudo o que for anti-americano…”
    Com relação à primeira pessoa do plural: pffff… mas isso não é exatamente um problema meu…

  16. “Tentando cumprir a lei, policiais pediam educadamente que os vagabundos liberassem uma faixa.”
    Essa frase me soou muito estranha.

  17. Angelo, a porradaria na ufba foi antes do negócio do Painel. Na ocasião do painel, a polícia desceu o cacete pra cima de uma manifestação que pretendia lavar as “escadarias” do predio onde o ACM vive, no bairro da Graça.
    O que só comprova o que a gente vem tentando dizer: aqui em SSA o ACM, seja pessoalmente, seja por meio dos seu lacaios, cai matando. 😉
    (E eu tb sou de Salvador)

  18. Marco,
    Ouvi dizer que: na verdade a crise gerada ocorreu pois a Usp necessitaria do aval do secretario da educação (Pinote) para receber qualquer repasse do governo. Assim ele que controlaria a universidade, este foi o fator gerador da crise. Bom com boatos e a mídia perversa que temos qualquer coisa é possível, só sei que qualquer julgamento sumário quase sempre é injusto.
    Ps: não apóio nada, mas também não sou anarquista ou de esquerda ou direita, só procuro me interar.
    Abraços

  19. Olha pessoal, tudo isto que foi comentado, forma um painel interessante, mas o caso se resume numa só questão: Será que 60% dos que estavam lá sabem do que tratava a greve?…
    DUVIDO!…acho que a baderna é generalizada e nada mais faz sentido, um governo de merda governado por merdas, vide a declaração da “importantíssima” ministra do turismo!?… 🙂 faz-me rir, que ridícula!…isto é o maior close da situação toda, um presidente que faz de conta que governa, ministros que macaqueiam o presidente, um senado corrupto, câmara idem, quanta moral…falta total de autoridade, sem mencionar moral, sem mencionar respeito a lei, estamos numa nau sem rumo, vide aeroportos, isto é falta de borracha e cadeia. Quando se aceitaria uma situação como esta a dez anos atrás?…as pseudo-esquerdas, não tem competência nenhuma para administrar nada e veremos mais do mesmo, por mais tres anos. LAMENTÁvel.

  20. Não adianta reclamar “do governo”. O fato (triste) é que somos um POVO de merda. O “governo” é parte e representação desse povo. Ou seja, este país não tem mesmo jeito. Eu só não sei o que é que um cara qualificado como o Marco Aurélio ainda está fazendo aqui, que não vai trabalhar/morar no exterior.

  21. Não bastasse todo o ridículo do movimento, os animais agora vão ser investigados por furto e depredação de patrimônio público.
    É só o meu ceticismo ou mais alguém acha que não vai dar nenhum resultado essa tal investigação?

  22. “Confusos no meio do fogo cruzado, estudantes com meio cérebro tentam reviver as lutas do passado, mas sem nada que os sufoque. Querem protestar, protestam. Querem fazer greve, fazem. Não apanham, não são presos, não são torturados, exilados, “desaparecidos”.
    Aposto que alguns deles acham isso frustrante.”
    Meio cérebro não, NENHUM cérebro. Eles simplesmente ouvem os ‘líderes estudantis’ (entre aspas porque nem sei como podem ser considerados) falarem que é tudo é injusto, que temos que protestar mesmo, que precisamos entrar em greve (estudante em greve é uma palhaçada, só pra começar), que temos que ‘lutar contra esse governo que só quer destruir a Universidade’ e se juntam a esse movimento, e note, NEM PROCURAM SABER MELHOR DO QUE SE TRATA. E sim, a massa do que ali está realmente acredita nesse ‘ideal’. E acreditam justamente por causa do que foi dito aqui: querem reviver lutas do passado. Querem ‘fazer uma revolução’. Não importa que raios seja, mas precisa fazer revolução.
    Ah, claro, e sem serem punidos no âmbito da Universidade (não querem ser expulsos, senão papai mata) – mas bem que eles gostariam de tomar umas porradas da polícia, ah, gostariam SIM! Fica bonito, saem desse história como ‘os heróis reprimidos’, ‘os revolucionários que lutaram contra esse governo que é o diabo encarnado’.
    E isso se aplica aos estudantes de humanas principalmente. Estudo história naquela universidade e estou cansada de tudo isso. E muito envergonhada também. Sou do primeiro ano, e posso dizer que são raras as pessoas em toda a minha unidade que são contra isso, ou que sequer param para questionar esse movimento! Tudo o que eles sabem dizer é que o governo é repressivo e quer acabar com a Universidade. Não apresentam nenhum argumento consistente.
    Quem comanda isso é uma meia dúzia de pessoas filiadas a partidos (em especial PSTU – PSOL – PCO), e eu me pergunto se eles estudam, afinal, se dizem estudantes, mas quem é estudante não tem todo o tempo do mundo livre pra ficar entrando nas salas e chamando gente pra protesto (como eles fazem). Os protestantes são desrespeitosos para com toda a sociedade, pois fazem coisas (como o protesto da Paulista, apenas como exemplo) que atrapalham a vida de todos. E ainda dizem que fazem isso pelo bem da sociedade! Ora, mas que cara de pau!
    Não vejo o bem que isso faz a ela.
    Ah, e pior. Olha só o que se ouve por lá: “Vamos pro ato. A gente protesta um pouco e depois sai pra tomar uma breja”. Lindo isso, né? E depois ainda querem ser levados a sério! Como?
    Quero lhes dizer que eu, no começo, fiquei perdida, não sabia o que pensar. Mas queria me interar sobre o que se passava, o que era aquilo sobre o que tão mal falavam. Então eu li os tais decretos, li tudo. Não vi nada que ameaçasse ali a autonomia das três universidades. Com a tal secretaria do ensino superior o processo de aquisições e contrações tende a ficar mais burocrático, mas nada que apresente ameaça às contratações ou algo do tipo. Enfim, tudo isso não passa de mais um movimento dos estudantes pra tentar reviver a época de ditadura sobre a qual são tão saudosos.

  23. O que sobrou da esquerda
    Conheci e acompanho o blog há pouco mais de um ano, mantendo a neutralidade expectadora de leituras ocasionais e algumas risadas. O que me empenhou em comentar seu post foi a irreversível sensação de que, embora também tivesse meus pesadelos de abandono da esquerda – pior, os meus são com o Olívio Dutra, muito mais feio –, quando a esquerda se recente de suas posições, a direita caga e manda. O que me chamou a atenção para essas considerações foi a série de comentários dos incomodados da reitoria invadida, que acertadamente encontraram espaço para malhar os estereótipos de esquerda, com aval de seu blog, que em um ou dois momentos fez seu mea culpa pela antiga ou antiquada posição política.
    Fico imaginando se a direita é pós-moderna. Se a modernidade tem seu destino anelado com a gironda. Se a inquietude de espírito virou barriga de cerveja.
    A questão da reitoria invadida, o papel do PT, o fim do século 20…. Aparentemente fudeu tudo para a esquerda, mas, o que mais pode ser pior?
    Tu deves emparelhar de idade comigo, nascendo nos 70, brincando nos 80, se escondendo de tudo nos 90, e admirando a grande merda de quase duas décadas de direita absoluta, sem guerra-fria, sem sandinismo, sem OLP, com massacre da paz celestial, caras-pintadas, levante de Chiapas com os zapatistas, queima do relógio dos 500 anos (na terra dos irredutíveis gaúchos), fórum social mundial, invasão de reitoria. Esse é o ponto: as coisas ridículas hoje eram atemorizantes antes e tinham um papel de destaque justamente porque ameaçavam.
    A direita é cagona.
    Se não fosse, não tinha se esforçado tanto para abater a esquerda, nos seus estertores pela falta de proteção da URSS e não pela falta de exemplo ou liderança. Ou tu achas que os carinhas que queriam dirigir Ladas eram de esquerda?
    Recentemente lí uma historinha sobre os militares argentinos durante a Guerra das Malvinas, contando que foram procurados por militares líbios para dar apoio ao esforço de guerra contra a Inglaterra. Os argentinos ficaram constrangidos em parlamentar com árabes aliados da Rússia, se esquivando das tentativas de ajuda Líbia, até que os líbios deram com as mãos na mesa e concluíram: não interessa a posição da Argentina, vocês estão enfrentando o imperialismo e um aliado dos EUA, do que vocês precisam?
    Essa história serve tanto para reforçar seu comentário sobre o Baath quanto para entender que ninguém deve ou pode ganhar o tempo inteiro. E a esquerda não almeja dominar, talvez ao menos resistir aos mandonismos hedonistas da direita.
    E tu, com a sátira à bíblia, com as experiências fora da talmud do consumo, visitando terreira e falando de autores que quem experimentou? Te imaginei um anarquista fleumático com um empreguinho de merda, daí a identificação.
    O mundo fica cego sem esquerda, é a metáfora do Saramago.
    Se os pulhas que invadiram a reitoria não são esquerda, quem é? Acabou o iluminismo e o jacobinismo e veio o protestantismo pentecostal, que não incomoda ninguém, como passeata de meia-rua ocupada, mas que faz um mal terrível. Para a cultura, para a sociedade, só agrada a direita, que acredita em Deus para ficar no poder.
    Se os pulhas fizeram, deixem se vangloriar, o que não é diferente da polícia matando, do senado fugindo do Calheiros e outras cabeludas. E se ficaram frustados porque não apanharam, a direita ficou se coçando para bater (vide comentários, inclusive o seu) e só não faz porque a direita é mais velha que a esquerda e aprendeu sua lição: a esquerda só cresce apanhando

  24. É phoda viu …
    Durante a greve fiquei sem aulas…
    Em dias de protesto não consigo chegar na USP…
    Quem faz greve é funcionário, não aluno !
    Quem perde somos nós, a pseudo elite intelectual!

  25. Marco, tava para escrever há uns tempos: esses seus posts sobre a invasão da Usp são algumas das coisas mais legais que eu vi na Net nos últimos dias. Sério, sem confetagem escrota. É curioso como o povo se pela de medo de falar a real sobre essa militância vesga, que está mais interessada em aparecer nas capas do jornal fazendo carinha de brava do que realmente fazer algo de útil. Mas quando a gente critica, automaticamente é taxado de reaça, o cacete. E depois ainda dizem que são “democráticos”. Mas a democracia deles é daquelas em que diálogo é sinônimo de monólogo. Cacete neles.

  26. Saddam e Milosevic eram mais ligados à esquerda do que qualquer outra coisa. E mais: fica difícil provar que o Olavo está errado, né? Onde estão as provas, Marco? Use seu blog para rebater o Olavo, oras!
    E sim, O Reinaldo Azevedo é amigo declarado do Olavo e fez a melhor cobertura dessa lambança da USP. E tenho dito.

  27. Nego,
    Sei que estou um pouco atrasado, mas justamente hoje eu estava lendo o artigo do Luis Fernando Veríssimo no Globo, já que estou aqui no Rio, e até que tem alguma coisa relacionada ao seu texto. Acho que ele anda passeando por aqui…

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