Uma outra idéia

Já repararam que sempre que nos acontece algo de ruim, somos obrigados a reviver o acontecimento constantemente por uns dias. Pensem, por exemplo, no meu caso: graças a uma fechada de um feladaputa e à minha inexperiência atrás do volante, enfiei o carro num poste sábado à noite. O carro bateu de frente no poste, rodou uns 45 graus e estacionou graciosamente sobre a calçada. Eu saí bem, exceto pelos hematomas causados pelo cinto de segurança.
Pois bem: já é ruim o bastante passar por isso menos de um mês depois de tirar a habilitação. Pior ainda é ter que contar a todo mundo. E perguntam o que aconteceu, como foi, se eu anotei a placa do carro do feladaputa, se eu estou bem. E dizem que é normal, que acontece, que todo mundo passa por isso.
Bom. Então eu estava pensando que poderíamos todos andar com chips implantados sob a pele da palma da mão. Nesses chips, gravaríamos nossos blogs públicos, que poderiam ser lidos por todos. O chip viria acompanhado de um relógio que serviria para ler as informações armazenadas. Então todo mundo que cumprimentássemos receberia imediatamente as mais recentes notícias sobre nós: que batemos o carro, que levamos um pé na bunda, que estamos na TPM, que temos hemorróidas.
Ok, talvez isso não fosse adequado para um blog público.
O caso é que um sistema assim facilitaria muito nossa vida.
Um sistema alternativo a esse seria:
— Oi. Que cara é essa? O que aconteceu?
— NÃO INTERESSA, CARALHO! VAI TOMAR NO CU!
A vantagem desse sistema é que o investimento em novas tecnologias é zero.

29 comments

  1. Se te serve de consolo… bom, acho que não te serve de consolo…
    Mas eu sofri 4 acidentes de moto (no último, foram 2 meses de gesso e mais 2 de fisioterapia) e 5 de carro antes mesmo de tirar a habilitação.
    Eu tirei minha habilitação com 22 anos e depois disso numa mais sofri acidentes sérios. Só uma vez que um corno bateu na traseira do carro.
    O que eu acho que pode ser problema é que sua habilitação é temporária… aquela que vale por um ano.
    Houve ocorrência policial? Multa ou algo do gênero?
    Se você estiver envolvido com acidentes graves durante o período temporário, pode dar problema… não sei se é ter que fazer a prova de novo ou não poder renovar, sei lá…

  2. Sei como é isso, meu caro, e também detesto. O Rodrigo, por exemplo, teve experiência parecida. Quebrou a clavícula e contou a mesma história 74 vezes. Eu havia sugerido que ele gravasse a história em K7. Mas agora pensei numa versão ao seu chip biônico.
    Quando cumprimentássemos uma pessoa, automaticamente ela teria acesso a uma série de arquivos compartilhados. Então poderíamos gravar estes acontecimentos,
    explicações, idéias e outros em MP3 (ou outros formatos) e ele seria automaticamente transferido em segundo plano para o banco de dados do interlocutor. Enquanto a conversa ainda está nas preliminares para que o chato pergunte “O que aconteceu?”, o arquivo seria processado paralelamente e automaticamente ficaria sabendo o que houve. Em vez da fatídica pergunta, teríamos apenas cumprir a cortês tarefa de agradecer aos oferecimentos de ajuda ou ao inexpressivo “Que merda. Mas isso acontece”.
    Para a segunda versão do produto, poderia haver um recurso que enviaria documentos automaticamente à outra parte tão logo seu cérebro pensasse na questão e em milésimos de segundo ele teria a resposta para ser processada.
    Já na terceira versão, agora em parceria com outra empresa multibilionária, o software automaticamente faria uma pré-seleção de todos os arquivos que o interloctor possivelmente irá se interessar, baseado num banco de dados existente em nosso cérebro, e enviaria essas informações antes mesmo do aperto de mão. Ao final do cumprimento, todas as explicações já teriam sido processadas, incluindo a mensagem “Mas eu sei que merdas acontecem”.
    O problema é que deixaremos todos os manés sem saber o que dizer.

  3. Sei como é isso, meu caro, e também detesto. O Rodrigo, por exemplo, teve experiência parecida. Quebrou a clavícula e contou a mesma história 74 vezes. Eu havia sugerido que ele gravasse a história em K7. Mas agora pensei numa versão ao seu chip biônico.
    Quando cumprimentássemos uma pessoa, automaticamente ela teria acesso a uma série de arquivos compartilhados. Então poderíamos gravar estes acontecimentos,
    explicações, idéias e outros em MP3 (ou outros formatos) e ele seria automaticamente transferido em segundo plano para o banco de dados do interlocutor. Enquanto a conversa ainda está nas preliminares para que o chato pergunte “O que aconteceu?”, o arquivo seria processado paralelamente e automaticamente ficaria sabendo o que houve. Em vez da fatídica pergunta, teríamos apenas cumprir a cortês tarefa de agradecer aos oferecimentos de ajuda ou ao inexpressivo “Que merda. Mas isso acontece”.
    Para a segunda versão do produto, poderia haver um recurso que enviaria documentos automaticamente à outra parte tão logo seu cérebro pensasse na questão e em milésimos de segundo ele teria a resposta para ser processada.
    Já na terceira versão, agora em parceria com outra empresa multibilionária, o software automaticamente faria uma pré-seleção de todos os arquivos que o interloctor possivelmente irá se interessar, baseado num banco de dados existente em nosso cérebro, e enviaria essas informações antes mesmo do aperto de mão. Ao final do cumprimento, todas as explicações já teriam sido processadas, incluindo a mensagem “Mas eu sei que merdas acontecem”.
    O problema é que deixaremos todos os manés sem saber o que dizer.

  4. Muito boa idéia! Eu também já pensei nisso… e quando contei para uma amiga psicológa ela disse “ora, mas a que ponto vc chegou de querer que as pessoas saibam de vc pelo seu blog”… argh, nem era isso… mas sim pelo fato de ter que ficar repetindo uma coisa o tempo todo… um saco total. Daí chega uma hora que vc já opta mesmo pelo simples e cru. “ah, nada não, bobagem”

  5. krai irmão vc é um perigo mesmo!!
    quando for dirigir tem que informar quais as ruas e avenidas que vc vai passar para que eu posso evitar . Nunca se sabe né….. um braço curto vindo um lerdo indo ja viu!!!!!

  6. ah, minha teoria é de que você nunca se torna um motorista sem antes se envolver num acidente de trânsito de proporções modestas (onde ninguém se machuque). depois você não repete a mesma besteira e passa a ser mais atento, portanto não comete besteiras maiores. Pode perguntar em volta de você, eu duvido que você ache alguém que nunca tenha tido um acidentezinho besta, geralmente nos meses depois que tira a carteira.

  7. Acontece, mas não é normal e nem todos passam por isso.
    Eu por exemplo, nunca passei. Mas já fiz diversas barbeiragens – algumas bem sérias – até a aprender a dirigir por mim e por todos os outros carros num raio de cem metros.

  8. cara, geralmente eu uso o sistema alternativo, é mais simples e mais econômico, como você mesmo disse, mas vem cá, você agradeceu a Deus que não se machucou muito? hehehe

  9. Como bem disse o Ulisses, sei bem o que vc está passando.
    Até hoje tem gente que me ve e pergunta o que aconteceu com o meu ombro!!!
    Esquenta não..faz parte da vida em sociedade.

  10. Olha, pessoalmente prefiro a segunda solução… Ja pensou se vc chega numa festa formal e vai cumprimentar aquela moça maravilhosa, inteligente e espirituosa, e assim que ela aperta sua mão (lembre-se que a festa é formal) ela lê em seu pulso:
    “TEM O PE DIREITO CHEIO DE FRIEIRAS”
    Prefiro mandar a moça tomar no cu direto… pelo menos é menos humilhante!!!

  11. Putz, o pior de dirigir é isso … tem nego que dirige como se só tivesse ele na rua … provavelmente um desses que te fechou. Bom, pelo menos você está bem e carro, conserta-se, então vambora, que a fila tem de andar a kombi já passou !
    Se cuida !
    beijos

  12. Interessante observar que a quase totalidade dos manés que por aqui passaram pretendeu excluir-se do universo dos chatos dizendo exatamente as coisas que você atribuiu aos malas em geral: “isso acontece”, “eu sei como é”, “é normal”, “todos passam por isso”…. De minha parte, quero que você se dane, introjete suas dificuldades onde melhor lhe aprouver, e vá reclamar ao demônio no meio do inferno.
    Da próxima vez que se arrebentar no poste, não vou querer nem notícias.
    Mala-gradecido! Humpf!

  13. Sofri um acidente há onze meses e arrebentei a mão. Bom, onze meses é muito tempo pra contar a mesma história, por isso passei a contar versões diferentes para variar.
    Tente dizer que o feladaputa não só te fechou, mas mirou uma uzzi na tua cara e saiu atirando, sem mais nem menos. Ou que você estava tentando desviar de uma velhinha, ou de um cego, ou de uma velhinha cega. Ou que uma dessas malditas vacas pintadas que espalharam pela cidade resolveu atravessar a rua bem na hora que você estava passando.

  14. Ahn, eu conto até hoje, mais de 2 anos depois, como um caminhão bateu na traseira do meu carro no farol. Até no emotionrélio saiu, mas fdp não se contenta.
    Só uma coisa: essa sua 2a tecnologia eu já uso faz TEMPO! hahahaha

  15. Cassete Marco ?!?!?!
    Já que vc não quer ser perguntado como, onde, porquê e se está bem…
    …então vou mandar um:
    “Braço! Barbeiro! Maluco!”

  16. super atrasado, mas enfim.. existe essa tecnologia que tu imaginou. se cham HAN (human area network), to com preguiça de te explicar.. dá uma pesquisada…

  17. Incrível como não apareceu ninguem com a idéia do 666 depois que vc falou do implante do chip na mão.:)
    Cuidado com estes postes, eles vivem se metendo na frente dos automóveis, é um perigo.

Deixe uma resposta