Andando ontem pela Paulista, encontrei Rafael Capanema.
RAFAEL CAPANEMA!
Nos idos de 2002 — naquela época blog era ao vivo, não tinha videotape, e era tudo em preto e branco, todo mundo muito amador — a mera menção ao nome e, principalmente, ao sobrenome, fazia a blogosfera nacional tremer. A blogosfera nacional de então cabia numa Kombi (com Sergio Faria de motorista, provavelmente), mas ainda sim era um feito e tanto. Rafael e seu primo Thiago eram os enfants terribles da primeira geração blogueira, e aos 16 anos de idade tinham mais talento do que toda a Academia Brasileira de Letras reunida — não que isso seja vantagem, pobres velhinhos.
O negócio é que, ao encontrar o meu querido amigo Rafael, me bateu uma saudade desgranhenta daquele tempo. Ele, Thiago, Pedro Nunes, Daniel Lima, moskito, boo (e mais tarde a Fer) tiveram a generosidade de aceitar minha convivência, mesmo sendo eles jovens e cheios de energia, e eu um careca à beira da crise dos trinta. Aprendi muito com eles, e de cada um deles roubei alguma coisinha: um trejeito de texto, uma interjeição, um trocadilho besta, uma inversão de frase. Saudade desse tempo em que cada post era forrado de links para os blogs dos outros componentes da panelinha.
Este não é, porém, um post nostálgico. O negócio é que ontem o Rafael me disse que tem vontade de voltar a manter um blog. Queira Deus que ele volte, e que encoraje outros velhos paneleiros (eu inclusive) a voltar à carga de antigamente.