Londres – primeiros dias

Não sei se vocês sabem, mas eu e Ana Cartola estamos em Londres. Chegamos na quinta-feira, para dormir. Ontem, sexta, tentamos ir ao London Eye mas estava ventando muito e o bichão estava fechado. Então ficamos bundando por ali. Fomos até o Big Ben, passamos em frente à Abadia de Westminster (estava fora do horário de visitas) e descobrimos ali perto um lugar que serve o típico chá da tarde inglês. Pedimos o típico chá da tarde com capuccino e chocolate quente, porque chá é coisa de fresco. Empanturrados de bolinhos, pãezinhos e outros bagulhinhos fomos caminhando até o Palácio de Buckingham. Depois andamos mais ainda até Trafalgar Square, entramos na National Gallery. Faltavam duas horas para fechar e não deu pra ver nem um quarto do que tem lá; vamos voltar um desses dias.

Hoje amanheceu um diazinho tão safado que achamos que íamos dar novamente com a cara na porta do London Eye. Para nossa surpresa, estava funcionando. É bonito lá de cima, o funcionamento e as dimensões da roda gigante são impressionantes mesmo, mas sou mais o Corcovado.

Depois disso, nada saiu como o planejado. A idéia era visitar dois museus (o de História Natural e o de Ciência). Descobrimos que toda a população da cidade tira os finais de semana para visitar museu. Filas enormes, deixamos para outro dia, decidimos ir aos parques (Kensington e Hyde). Começou a chover forte, os parques cheios de poças, atomanocu, vamos pra um caralho qualquer.

Lembrei do Borough Market, dica do meu irmão. Fomos andando para a estação em Kensington até que encontramos a igreja St. Mary Abbot. Lindíssima, meio sombria. Demos a volta, saiu um negão pela porta lateral. Uma negona. Outro negão. Porra, vamo entrar aí.
Entramos na igreja. Lá dentro, aqueles pretos chiques, sabe? Homens de terno muito bem cortado, Mulheres de chapéu. Tinha uma com um vestido branco cheio de brilhos e uma bunda que devia ser deixada para sempre no altar como prova da existência de Deus.
Não contem pra Ana Carlota que eu reparei na bunda da moça dentro da igreja, ok? Tenho certeza que ela nem notou, porque eu sou muito discreto.
Era um casamento. O vigário (é assim que a gente chama padre de igreja anglicana?) desceu até os bancos, conversou com os convidados, entrou e voltou todo paramentado. Som de órgão, mais convidados chegando. O padreco subiu ao púlpito, disse que estava tudo pronto, só estavam esperando a noiva — “que é um item meio que importante para a ocasião”, disse o vigário.
(Todo mundo é witty nessa terra. Mais tarde pegamos o metrô e o condutor desejou a todos uma boa tarde, um feliz ano novo. “E não impeção o fechamento” — fecha porta, abre porta, fecha porta, abre porta, fecha porta, abre porta — “das portas”. Timing perfeito.)

O casamento estava para começar, então não íamos ficar lá dentro. Saímos pela porta lateral, encontramos a noiva já pronta para entrar pela porta de trás (e o noivo se preparando pra entrar pela porta de trás da noiva, que eu não sou inglês, sou brasileiro, porra!)
Saímos, bebemos e comemos num pub, fomos ao teatro ver o musical Billy Elliot. Eu ainda não estou preparado para escrever sobre Billy Elliot. Só digo que eu não sabia que a humanidade ainda conseguia, nesta nossa época, produzir tanta beleza.
 
E agora vou ali chupar uns soldados, que marinheiro é salgado e preciso controlar a pressão.

1 comment

  1. E aí Marcaurélio! (Ou talvez Pai Marquinho?)
    Tu ainda escreve pra caramba! XD
    Então, como sou freguês antigo, quando a “blogosfera” era muito diferente e ainda rolavam os encontros de aniversário do JMC, queria ver contigo uma parada: e a Bíblia?
    Sei que durante esse tempo coisas aconteceram e o ânimo pra sentar com duas bíblias abertas e escrever o JMC deram uma esfriada… Mas até hoje, o pouco que eu sei das histórias bíblicas, são do Aarão e o Velho Mosa (“M-m-m-mo-mosa o caralho”, palavras dele), José a Rainha do Egito e o Rei Salomano.
    Então, rola pelo menos uma parábola old style?
    Abraço!

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