Pobrema no figo
Pobrema no figo


Essa moça magriiinha aí do lado é Yoani Sanchez. Você já ouviu falar dela. É uma cubana, autora do blog Generación Y. Vejam a foto do perfil dela no blog. A mulé é zuada, tadinha. Mas também, o que eles comem lá? Cana e charuto?
Yoani quer vir ao Brasil. Yoani quer dançar funk rebolando até o chão. Yoani quer mais é beijar na boca. Quer conhecer as pessoas, quer ver as praias, quer entrar numa churrascaria pra depois ter as histórias mais incríveis pra contar em Havana (“Aí o cara vem com um espeto de carne DESTE tamanho e te dá quanto você quiser”, ela diz para os cubanos incrédulos). Mas ela não pode.
No blog dela, Yoani escreve sobre a vida em Cuba. Não é uma boa vida. Depois de 30 anos dependente da União Soviética, Cuba passou por um perrengue desgraçado nos anos 90. Hoje, depende do petróleo de Hugo Chávez. Sei não, acho que era melhor depender dos russos. Pelo menos as roupas deles eram melhores. Tem aquela história da Itália fascista, que o Mussolini era bom porque os trens chegavam na hora certa. Numa entrevista à Época, a Yoani diz que algo parecido aconteceu em Cuba quando Raul Castro assumiu o poder: sem os discursos compriiiidos de Fidel Castro, as novelas brasileiras começam na hora certa. Fora isso, não mudou nada: a comida ainda é pouca, e a Yoani cada vez mais magrela. Ó a foto. Tadinha.
Yoani escreve lá o blog; também escreve artigos para publicações mundo afora. Ganhou prêmios, apareceu na Time como a 31ª pessoa mais influente do mundo. Depois de mais de dois anos de blog, ela tomou o caminho natural: lançar um livro com um apanhado de posts e tentar faturar uns caraminguás. Só que, é claro, essa coletânea do Generación Y é muito mais relevante do que a média dos livros baseados em blogs.

Com carinho
Com carinho


A Editora Contexto vai lançar o livro dela no Brasil. A edição brasileira do livro escapou por uma sílaba de ter nome de filme pornô: De Cuba Com Carinho. O lançamento é este mês. A editora quer trazer Yoani para o Brasil e ver se ela, fraquinha como é, agüenta uma tarde de autógrafos. Mas está difícil da mulher vir para cá, e não é porque ela tenha medo de ser assaltada ou atacada por jaguatiricas.
Cuba é igual a Coréia do Norte, só que mais animadinho. Duvido que na Coréia do Norte as pessoas saiam às ruas dançando mambo. Fora isso, os dois países são prisões para seus cidadãos. Eu não vou discutir se o regime é bom ou ruim. É uma merda, é uma aberração, mas não vou discutir. Só digo o seguinte: da única vez que eu precisei sair do Brasil, meu único empecilho foi o visto de entrada no país de destino. Ninguém por aqui disse que eu não podia sair do país. Fui lá, fiz meu trabalho, voltei. Mas em Cuba não é assim. Nego sai e não volta, porque a vida por lá é uma merda. Sabendo que a é uma merda, o governo não deixa neguinho sair. Fácil.

MENSAGEM SUBLIMINAR: Quando você se sentir tentado a agradecer ao Estado por interferir na sua vida, lembre-se de Cuba.

Yoani quer rosetar no Brasil, só que ela não pode sair de Cuba. Ninguém pode, ela pode menos ainda. O blog dela é bloqueado em Cuba. Ela só arruma empregos ilegais, como dar aulas particulares (sim, isso é ilegal em Cuba). Em entrevista à Veja, ela fala da campanha suja que o governo faz contra ela. Sair do país seria impensável.
Tia Cris está acompanhando o caso e participa da campanha para trazer a mulézinha ao Brasil. Tem muita gente querendo a mulher aqui para o lançamento do livro; basta fazer uma busca no Google que você acha. E vai achar também esse povinho esquisito dizendo que a direita quer trazer Yoani Sanchez para o Brasil como um troféu do imperialismo e da série B do Paulista. Sei lá, papo de comunista é muito confuso. Essa gente diz que Cuba é um país livre, com eleições democráticas. Devem ter confundido com outra ilha. Tem muita ilha na América Central, é fácil confundir. Essa gente também diz que a direita brasileira está em campanha aberta para trazer Yoani ao Brasil e assim desmoralizar o regime livre e democrático de Cuba. Com vocês, uma das vozes da direita brasileira:


O Suplicy! O Suplicy ama Cuba, meudeusdocéu. Quando não está fazendo seu gabinete de albergue nem levando a namorada para passear com dinheiro público, o senador sonha com a brisa socialista que sopra nas praias cubanas. Pois até ele quer Yoani no Brasil. Sem muita convicção, falando com cuidado para não criticar o regime cubano em nenhum momento, mas mesmo assim: até o Suplicy quer que a mulézinha (tadinha) venha ao Brasil para o lançamento do livro dela. Eu também quero. Não li o blog dela, nem sei se ela é boa bisca. Mas a mulher quer viajar. As pessoas devem poder viajar. Né?