Será?

Há uns dois meses, enquanto preparava uma matéria sobre compras governamentais para a B2B Magazine, entrevistei um sujeito que citou de passagem o caso de uma contratação desastrosa para limpeza da pista do aeroporto de Congonhas. A matéria era um beabá para empresas de TI interessadas em vender para o governo, então o causo não entrou no texto. Um dos argumentos do entrevistado era que, além das empresas saberem vender, o governo também precisava aprender a comprar. E exemplificou com esse caso de Congonhas: segundo ele, a administração do aeroporto (ou sei lá quem) lançou um edital para contratação de serviço de limpeza. Em vez de fazer uma análise técnica, como devido, contratou a empresa com o menor preço.
No dia acertado, os empregados da companhia vencedora chegaram para fazer o serviço. A pista ficou limpa, uma beleza. Só houve um problema: segundo essa minha fonte, a pista de pouso tem ranhuras que servem para dar aderência para aeronaves no momento da decolagem e, principalmente, do pouso. Durante a limpeza, os espertos funcionários rasparam toda a borracha residual da pista, preenchendo com ela as tais ranhuras. “Por isso agora Congonhas é o único aeroporto do mundo que fecha quando chove”. Rimos bastante, os dois.
E agora eu pergunto: será…?

12 comments

  1. A pergunta que andei me fazendo é porque cargas d’agua o piloto resolveu “arremeter” pra cima dos prédios enquanto do outro lado, ao que pareceu nas animações que a TV anda fazendo, não tem absolutamente nada na frente.

  2. Bom, na reportagem que eu vi dizia que depois de uma reforma, há pouco tempo, congonhas não tem mais ranhuras. Ainda apareceu um cara dizendo (isso antes do acidente) que nem todos os aeroportos do mundo têm ranhuras e que não é tão necessário.

  3. Trabalho no Itamaraty, e vim pra cá do TCU, terceirizado para empresas diferentes, e de uma coisa você pode ter certeza absoluta, Marco: governo não sabe comprar.
    Quem monta editais na maioria das vezes o faz seguindo apenas normas legais, e quando buscam informação com as áreas responsáveis e diretamente interessadas, o material beira o desastroso pela incompetência que esse funcionalismo público, no qual a política interna é quem manda, causa.

  4. Corélio, seu cabeçudo!
    Como é que você, um cara tão inteligente, praticamente meu ídolo, levanta um suspeita furada como essa?
    Noticiaram hora após hora que e pista do tal acidente foi entregue ainda SEM as ranhuras.
    Seu entrevistado deve ter se referido à pista antes da reforma (que fechava toda hora mesmo), ou até mesmo à pista auxiliar, mas não desta pista recém-reformada, que foi a envolvida no acidente.
    Não cai na da mídia de ficar acusando a pista também, né?! Vamos esperar…
    Abraços,
    Rafael

  5. Marco,
    Limpeza de pista é um negócio delicado e feito pela própria Infraero, segundo um procedimento específico e super controlado.
    Essa história tá me parecendo lenda urbana inventada logo depois do acidente. O que não faz sentido porque, como noticiou a imprensa, não havia o grooving lá.
    Abraços
    Ricardo C.

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