Leiam o post abaixo. Sério. Eu espero.
Ruim, né? Não ruim… Como direi? Falta inspiração. As palavras estão todas encadeadas corretamente, mas parece que elas não servem de combustível para nada.
Acho que perdi a mão. Preciso resolver coisas aqui, parar de ser tão triste como tenho sido nas últimas semanas. Se eu escrevo neste estado, é uma falta de respeito com vocês, meus leitores. Então peço licença para uma pausa. Aliás, peço licença é um caralho! O BLOG É MEU! EU FAÇO O QUE QUISER! HUAAAAAAAA!
Retorno quando meu cérebro voltar a funcionar, o que pode acontecer amanhã ou em 2008.
Dia: 6 de agosto de 2004
Davi firma-se no poder
(II Samuel 3:1-21)
A trégua proposta por Abner não durou muito: Joabe começara a guerra, e não ia desistir dela tão fácil. A guerra foi se arrastanto, portanto, com o lado de Davi se fortalecendo cada vez mais, e o de Isbosete cada vez mais fraco. O negócio estava tão sossegado pro lado de Davi, na verdade, que ele até achou tempo para ter filhos durante os sete anos e meio que durou a guerra. Com suas esposas Ainoã e Abigail teve dois garotos de belos nomes, Amnon e Quileabe. Não contente em comer as esposas, porém, o rei de Judá resolveu conhecer uma tal Maacá, princesa de Gesur, e com ela teve um outro menino chamado Absalão; uma garota chamada Hagite, com quem teve Adonias; depois uma Abital, que lhe deu Sefatias. Por fim, Davi casou-se com uma certa Eglá, e os dois tiveram Itreão. Davi, como podemos ver, era bom de cama mas bem ruinzinho nesse negócio de escolher nomes para os filhos.
A natural superioridade do exército de Davi não foi, porém, o único fator a determinar seu fortalecimento político e seu sossego para procriar feito coelho. Pois aconteceu que Isbosete, o rei de Israel que na verdade era um fantoche nas mãos de Abner, acusou este de traçar uma tal Rispa, concubina do finado Saul. Abner ficou emputecido com a petulância da marionete:
— Peraí, peraí! Do que é que você está me acusando, Isbosete? De traição? Acha o quê? Que eu passei para o lado de Judá?
— Mas eu só falei da Rispa…
— Não interessa! Você duvida da minha integridade, e isso eu não posso suportar! Eu sou fiel desde sempre à família de Saul, e se não fosse por mim você já teria caído nas mãos de Davi há muito tempo, retardado como é. E como é que Sua Majestade agradece? Me acusando de comer a amante do pai! Quanta gratidão, Isbosete! Mas quer saber de um negócio? Deus disse que tiraria o reino das mãos da família de Saul e o entregaria a Davi, que seria então rei de todo o Israel, de Dã até Berseba. Pois eu vou trabalhar para que isso aconteça, e que Deus me mate se eu não conseguir!
Dito isso, Abner saiu batendo os pés. Isbosete era rei, podia ter mandado prender o general por insubordinação ou qualquer outra coisa. Mas ele se cagava de medo de Abner, então foi chorar embaixo da pia.
Enquanto o patético rei de Israel chorava e tremia, Abner mandou uma mensagem a Davi:
Estava aqui pensando: a quem pertence a terra de Israel? Quem vai governá-la? Sabe o que eu acho? Eu acho que você deveria fazer um acordo comigo, aí eu faria todo o povo de Israel passar para o seu lado.
Atenciosamente,
Abner
Comandante do Exército Israelita
Davi ficou muito feliz com a proposta, mas tinha uma exigência a fazer. Então respondeu:
Excelente proposta. Aceito-a de bom grado, mas com uma condição: que você me devolva Mical, minha esposa. Se você vier até aqui sem ela, eu nem vou recebê-lo.
Davi
Rei de Judá
Pare reforçar sua vontade, mandou uma mensagem também a Isbosete:
Eu preciso reatar o casamento com sua irmã Mical. Seu pai me fez pagar por ela o preço de cem prepúcios filisteus. Eu fiquei tempo demais pegando naqueles pintos ensebados, para perder a mulher assim, de mão beijada.
Obrigado.
Davi
Rei de Judá
À primeira vista, parecia que Davi queria apenas resolver um problema antigo de orgulho ferido. Afinal de contas, Saul entregara Mical, a princesa que Davi desposara em troca de pele de pica, ao primeiro zé-mané que passou, um tal Paltiel. Não era só isso porém, e Abner sabia disso: oficializando sua condição de marido da filha do rei morto, Davi legitimava seu futuro reinado sobre todo o Israel. Para o inocente Isbosete, porém, parecia que Davi apenas queria de volta o que era seu por direito, então autorizou Abner a ir buscar Mical. O general tratou logo de ir. Entrou na casa de Paltiel e, com sua peculiar delicadeza militar, saiu arrastando a mulher pelo braço. O marido ia atrás dos dois, todo choroso e ranhento:
— Ô, seu Abner! Pelamordedeus, devolve minha mulher, vai. Eu só tenho ela neste mundo, mais nada. Devolve minha mulher!
E assim ele seguiu Abner e Mical até a cidade de Baurim. Então Abner, que não primava pela paciência, disse:
— CALA A BOCA, CARALHO! Coisa feia, um marmanjo chorando por causa de mulher, que vergonha! Volta pra casa, porra!
— Sim senhor…
Figura deveras intimidadora, esse Abner. Paltiel voltou pra casa enxugando o ranho na manga da túnica. Abner, por sua vez, voltou ao Maanaim, e de lá convocou os líderes de Israel. Quando estavam todos reunidos, fez seu discurso:
— Já faz tempo que vocês querem que Davi seja o rei da coisa toda. Não, não neguem, eu sei disso. Sei e apóio a idéia. Ah, vejo que ficaram surpresos! Pois é, eu também quero que Davi seja rei de Israel. Esse Isbosete aí é um palhaço, uma vergonha para nossa nação. Lembram-se do que Javé disse, que usaria Davi para libertar Israel dos filisteus? Pois chegou a hora de dar uma forcinha para que a profecia se cumpra.
Os líderes aplaudiram Abner efusivamente. Tendo sido bem sucedido nessa primeira reunião, ele foi até a tribo de Benjamim para falar separadamente com seus líderes. Benjamim era território crítico: a família de Saul era originária da tribo, o que dava a ela importância política desproporcional a seu pequeno território. Para sua surpresa, porém, os chefes de Benjamim também queriam Davi como rei. Tendo o respaldo de todas as lideranças do reino, Abner foi a Hebrom acompanhado de vinte homens e de Mical, lógico. Quando Davi viu sua esposa voltando depois de tanto tempo, ficou muito feliz e deu uma festa em honra de Abner. Ao fim da noite, todo mundo já bem bêbado, Abner chamou Davi num canto e disse:
— Está tudo feito, Majestade. Eu vou voltar pra casa agora e conquistar toda terra de Israel para o senhor. Os líderes todos estão conosco, não tem como dar errado. Pode se considerar rei de Dã a Berseba.
— Ah, Abner! Primeiro você me traz minha mulher querida, agora me dá essa ótima notícia! Eu nem sei como te agradecer.
— Só não se esqueça de mim, Majestade.
— De maneira alguma.
— Muito bem, então. Vou embora agora.
— Vá em paz, meu irmão.
Estava selada a paz entre Israel e Judá, e Davi já podia se considerar soberano de todo o território israelita. Ele não contava, porém, com o sanguinário Joabe: o oficial do exército de Judá ainda daria muito trabalho.