Vocês repararam que isto aqui está prestes a alcançar a marca de 500 mil visitas? PORRA, VÃO LER UM LIVRO! VÃO AO CINEMA, AO TEATRO! VÃO TRABALHAR! UM BLOG MEQUETREFE COMO ESTE CHEGAR A MEIO MILHÃO DE VISITAS É PROVA DE QUE A JUVENTUDE BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA!

Eu invejo os curitibanos. Primeiro porque moram perto da menina de olhos azuis que me tira o sono. E depois porque terão a oportunidade de irem ao Beto Batata na próxima quinta-feira, 6 de novembro lá pelas oito da noite para o lançamento de O Cabotino, primeiro livro do meu querido Paulo Polzonoff Jr.
Agora, se você mora em Curitiba (ou pretende estar em Curitiba no dia) e não for, puta que pariu, tá vacilando. Vá, nem que seja para jogar ovos e tomates no autor.

No penúltimo post, eu ainda ia comentar sobre o concurso lançado pelo Nelito, o qual é idêntico em forma em conteúdo a outro criado por Mr. Manson tempos atrás. Convoca as leitoras a mandarem fotos dos peitos. Aliás, se minhas leitoras quiserem fazer o mesmo, sintam-se à vontade. Mas nem é disso que quero falar: eu ia mencionar o tal concurso, mas concluí que devia tratar-se de algo proposital, uma sacaneada do Nelito para deixar Mr. Manson puto. Além do mais, ele deixou claro no texto que acompanha o banner do concurso que se trata de uma cópia descarada do Cocadaboa. Sendo assim, deixei quieto.
Hoje, atendendo a um gentil pedido seu, criei aqui no JMC um usuário para o Nelito exercer seu direito de resposta. Sei lá se isso é necessário, mas o cara pediu e não me custa nada. O fato é que depois que mandei o e-mail com o usuário e a senha, ele respondeu dizendo que não sabia se era o melhor a fazer e tal. E me mandou também o link para um tópico do fórum Cocadaboa, tópico em que Mr. Manson diz, lá no final:

Promoção Relâmpago:
O primeiro que fuder com o sistema do Eu Hein leva duas camisetas e ainda vira moderador do fórum por 10 dias (e se mandar bem nesse período vira moderador permanente).
E olha que nem é tão difícil, o Eu Hein funciona com PHP nuke, o sistema com mais buracos do que queijo suiço (pois é, ele não seguiu minhas dicas).
O que não falta são exploits na web que fazem tudo automaticamente, nem precisa manjar dessas porras.
O primeiro que fizer isso e me notificar por email leva os prêmios.
Aproveitem que ele tá sem computador em casa e só chega no trabalho meio dia.

Não sei por que o Nelito veio me mostrar isso: o que o dono do Cocadaboa faz ou deixa de fazer não influi em nada na minha opinião; sua campanha apenas serviu como uma ponte para que eu abordasse o assunto. Mas, vejam vocês, o próprio Manson me mandou um e-mail hoje (em resposta a um que eu enviei a ele), dizendo: “Bom ver que algumas pessoas têm culhão pra publicar críticas diretas”. Verdade. Mr. Manson. Por outro lado, é muito triste ver um cara que, não contente em permanecer no terreno honesto e corajoso das críticas, resolve conclamar seus (muitos) leitores a um ato ilícito e prejudicial.
Como disse, mantenho minha opinião a respeito do Kibe Loco, do Eu, hein! e de possíveis sites congêneres. Se o Tabet quiser direito de resposta, é só dizer. Quanto ao Mr. Manson, se tiver uma explicação razoável para essa atitude de grande imbecilidade, também terá seu espaço garantido aqui. Ou talvez ache melhor pedir para alguém invadir o JMC, sei lá.

Tava vendo uma série de posts no Cocadaboa Diário em que Mr. Manson desce o sarrafo no Kibe Loco e no Eu, hein!, alegando que seus autores pegam imagens na Internet, botam o endereço de seus sites nas figuras, talvez algum textozinho supostamente engraçado e publicam como sendo seus.
Muito bem. Então eu pergunto: QUAL A NOVIDADE NISSO??? Ah, puta que pariu! Não digo que Nelito e Tabet não criem nada, porque eles criam, e muita coisa legal até. Mas as cópias que já fizeram são constrangedoras, a ponto de meses atrás eu ter decidido tirar o link para ambos daqui. Eles não perderam nada, já que as visitas originadas do JMC representavam uma fração mínima do tráfego de seus sites; e eu segui minha coerência de só indicar aos leitores blogs que eu leio e gosto.
Assim como tem nego dizendo que a campanha de Mr. Manson é fruto de uma suposta “inveja pós-Jô Soares”, já sei que muita gente dirá que é despeito meu para com o vencedor do iBest Blog do ano passado e o mais que provável vencedor deste ano. Pois que pensem.

(Josué 5)
Quando o povo de Israel terminou de assentar acampamento em Gilgal, deus foi mais uma vez falar com Josué:
— Ô, seu bunda mole!
— Porra, Javé, pega leve.
— Pega leve o caralho, que eu sou é deus. Seguinte, tem uma parada aí pra gente fazer. A gente porra nenhuma, pra VOCÊ fazer, que eu não vou sujar minhas mãos. Pra começar, cê vai fazer umas facas de pedra.
— Facas de pedra? Pô, não fode! O neolítico ficou pra trás faz tempo, eu posso muito bem fazer facas de metal.
— Eu sei que você pode, Josué. Mas acontece que EU não quero. Facas de pedra dão mais trabalho e eu me divirto vendo vocês se lascando. Sem trocadilho.
— HUMPF. E pra que as tais facas?
— Então. Aquela geração que saiu do Egito há quarenta anos morreu no deserto; só você e o Calebe foram poupados por mim. Aliás, é bom que você nunca se esqueça disso…
— …
— O negócio é que morreram todos, e os que nasceram no deserto não foram circuncidados. Aí…
— Ah, não!
— Ah, sim! Você vai botar todo mundo em fila e circuncidar um por um.
— COMO É QUE É???
— Não grita comigo, puto.
— Er… Como é que é? Cê quer que eu corte a pele do pau de mais de 600 mil homens???
— Ah, cê pode escolher uns ajudantes.
— O problema não é esse, porra! E eu lá vou ficar pegando em rôla, Javé???
— Vai sim, oras. E sabe por quê? PORQUE EU TÔ MANDANDO, CARALHO!
Diante da força retórica de tal argumento, Josué não teve escolha: arrumou uns negos para ajudá-lo e começou esse servicinho do caralho — literalmente —, assim como Abraão havia feito quando da instituição da circuncisão. O povo ficou acampado até que todos os homens sarassem. Imaginem só: alguns amigos meus operaram fimose já na adolescência ou na vida adulta — não vou citar nomes, portanto o Tonon e o Loxinha podem ficar tranqüilos — e passaram alguns dias em casa de molho, com o júnior cheio de pontos. Não gosto nem de pensar como deve ter sido lá em Gilgal, sem anestesia antes nem sutura depois. Credo.
Bom, depois da Operação Corta-Pica, Javé voltou a falar com Josué:
— Muito bem, muito bem! Que maravilha ver esse monte de marmanjo falando fino e gemendo de dor. Parabéns, Josué. Belo trabalho. Hoje finalmente a vergonha de ter sido escravizado no Egito foi tirada de Israel.
E foi por causa dessa frase que aquele lugar passou a se chamar Gilgal, que em hebraico significa “tirar”. E ali na planície de Gilgal, pertinho de Jericó, os israelitas comemoraram a Páscoa na noite do dia catorze. No dia seguinte começaram a comer o que aquela terra produzia. Finalmente, depois de quarenta anos comendo maná, o povo voltou a comer coisas normais e saudáveis; e o maná parou de cair do céu.
Por aqueles dias, Josué estava caminhando pelas cercanias de Jericó. Olhava para as muralhas espessas, os guardas em suas guaritas, as seteiras, e pensava: “Puta que pariu, vai dar um trabalho do cão entrar aí”. Distraído com seus pensamentos, esbarrou num transeunte.
— Opa. Desculpa aí, meu camaradinha, estava pensando na morte da bezerra e… — Josué interrompeu-se ao notar que o homem, muito alto e forte, estava todo paramentado para a guerra, de armadura, capacete, escudo e espada na mão — Ei, peraí. Você é do nosso exército ou é de Jericó?
— Nenhum dos dois, songomongo: sou o comandante do exército de Javé.
— O comandante? Quer dizer que você é o…
— Eu mesmo.
Josué então, como bom puxa-saco, ajoelhou-se e encostou o rosto no chão em louvor ao homem. Este, nada impressionado com a bajulação do líder israelita, ordenou:
— Pára de viadagem. E vê se pelo menos tira as sandálias, porque o solo em que você pisa é santo.
— Ok, claro, sim, pois não, é pra já.
— VAI LOGO, PORRA!
— Opa, pronto, aí, já foi, descalço, olha só.
— Humpf.
Com esse muxoxo, o homem se retirou. E se vocês fossem mais espertinhos, já teriam sacado que se tratava do arcanjo Miguel. É possível que estivesse voltando da disputa com o diabo pelo corpo de Moisés, vejam só. É como se fosse um DVD: a cena do encontro de Josué com Miguel parece descontextualizada. Só que assistindo aos extras a gente vê em uma das cenas cortadas Miguel e o Canho disputando Moisés numa partida de truco, e tudo passa a fazer sentido.

Domingo nóis fumo num samba no Bixiga
Na Rua Major, na casa do Nicola
Á mezza notte o’clock saiu uma baita duma briga
Era só pizza que avoava junto com as brajola
Nóis era estranho no lugar
E não quisemo se meter
Não fumo lá pra brigar
Nóis fumo lá pra comer

Na hora H se enfiemo debaixo da mesa
Fiquemo ali de beleza, vendo o Nicola brigar
Dali a pouco escuitemo a patrulha chegar
E o sargento Oliveira falar:
“Num tem importância, vou chamar duas ambulância!”
Calma pessoar! A situação aqui tá muito cínica!
Os mais pior vai pras Clínica

(Adoniran Barbosa)

Como eu disse, estou lendo Viver Para Contar, livro autobiográfico de Gabriel Garcia Márquez, por influência de dois luminares das letras nacionais (Polzonoff, me deve um chope por essa puxada de saco. Adailton Sem-Vergonha, de você eu nem cobro mais nada). Estou lendo o livro do jeito como o próprio Gabo descreve sua leitura de A Ilha do Tesouro: devorando “… letra por letra com a ansiedade de saber o que acontecia na linha seguinte e ao mesmo tempo com a ansiedade de não saber para não perder o encanto”. Pois bem: hoje, na hora do almoço (eu vou almoçar sozinho para poder ler sossegado, e leio enquanto como. Fodam-se as boas maneiras) li um trecho que me fez rir muito, e depois me fez chorar um pouquinho escondido por me lembrar MUITO as histórias de minha avó. Ele conta que uma de suas irmãs recebeu o nome de Rita devido à devoção da família por Santa Rita de Cássia, baseada principalmente na paciência da santa com um marido sangue ruim:

Minha mãe nos contava que esse marido da futura santa chegou certa noite em casa enlouquecido pelo álcool um minuto depois de uma galinha ter plantado sua cagadela na mesa da sala de jantar. Sem tempo para limpar a toalha imaculada, a esposa conseguiu tapar a caca com um prato para evitar que o marido a visse, e apressou-se em distraí-lo com a pergunta habitual:
— O que você quer comer?
O homem soltou um rugido:
— Merda.
A esposa então levantou o prato e disse com santa doçura:
— Está servida.
A história conta que o próprio marido se convenceu na hora da santidade da esposa, e converteu-se à fé de Cristo.

Ah, Dona Donata! Queria que a senhora estivesse aqui para eu te contar essa. Seria uma boa para contar para o bisneto que vem aí.