Num dos intervalos de nossas reuniões e congressos, nós da Panelinha Blogueira resolvemos dançar uma rumba para distrair. Foi tudo feito de maneira leve, alegre e despretensiosa, com coreografia de Daniel Lima, um dos maiores rumbeiros deste país. Ficou tão bonito que fizemos até um vídeo dirigido por mim, produzido por Pedro Augusto e bailado por Fer (ah, menina…), moskito, Juliana Kataoka, Rafael e boo capanema. Vejam que lindeza:

Rumba da Caçarola

(~3 Mb – botão direito/salvar como)

Sim, o vídeo dá umas travadas no meio. O que vocês acham disso? Ah, esqueci. Tirei os comentários daqui. NÃO ME INTERESSA O QUE VOCÊS ACHAM DISSO!!!! LIBERDADEEEEEEEEEEEEEEE!
(Valeu, Bárbara)

Estou no fundo do poço
meu grito
lixa o céu seco
O tempo espicha mas ouço
o eco
qual será o Egito que responde
E se esconde no futuro
o poço é escuro
mas o Egito resplandece
no meu umbigo
e o sinal que vejo é esse
de um fado certo
enquanto espero
só comigo e mal comigo
no umbigo do deserto

(Caetano Veloso)

Para vocês que acham que eu deveria desencanar desse negócio: Dêem uma olhada no Melhor Blog do Mundo e vejam o que o cara andou aprontando por lá. Depois me digam se eu estou certo ou não.
Ganha uma mariola quem me trouxer a cabeça do tal stalker numa bandeja.

Este é um capítulo deveras estranho. Começa dizendo que o povo de Israel foi para o deserto de Zim e acampou em Cades, e que ali Miriã morreu e foi sepultada. Só isso. Miriã, a irmã mais velha sem a qual Moisés talvez tivesse sido apenas um príncipe egípcio, Miriã que ajudou o irmão a fazer um som depois da travessia do Mar Vermelho. As mulheres não merecem mesmo muito destaque na Bíblia, ainda mais mulheres bocudas feito Miriã.
Bom, depois dessa menção en passant (é assim mesmo?) à morte da irmã de Moisés e Arão, ficamos sabendo que não havia água ali onde o povo estava. Então os israelitas começaram com o mesmo reme-reme de sempre: Ah, que aqui não tem água, Ah, que vocês nos tiraram do Egito para que morrêssemos no deserto, Ah, que merda, Ah, puta que pariu. Moisés e Arão, pobres coitados, foram até o Tabernáculo para perguntar a Javé o que deveriam fazer.
— O quê??? Esse povinho já tá reclamando de novo?
— P-pô, Ja-Javé, t-tenta e-entender. N-não t-tem á-água aqui n-nesse l-lugar.
— É um DESERTO, Moisés! O que você queria?
— M-mas s-sem á-água vai a-acabar m-morrendo t-todo mundo…
— Ai meu saco… Tá, tá, vou dar um jeito. Cê vai pegar a vara que está na frente da Arca, aquela que brotou e coisa e tal. Então você e Arão vão reunir o povo em volta daquela rocha ali e na frente de todos vocês vão ordenar à rocha que dê água. A água sairá da rocha e esse povo chato vai calar a boca. Entendeu, Moisés?
— E-entendi.
— E vê se faz tudo do jeito que eu falei. Não inventa.
Então Moisés pegou a vara…
Hehehehehe…
Calaboca, porra. Moisés pegou a tal vara e foi, juntamente com Arão, reunir o povo. Quando conseguiram um silêncio razoável, Moisés pronunciou-se:
— Ô p-povo b-bunda! S-será que e-eu v-vou ter q-que ti-tirar água d-dessa r-rocha p-para vocês c-calarem a b-boca?
Dizendo isso, Moisés bateu duas vezes com a vara na rocha, e dela saiu água suficiente para dar de beber a todo o povo e aos animais.
Que maravilha, não? É… Mais ou menos. Vocês não contavam com a veadagem de Javé:
MOISÉS, QUE PORRA FOI AQUELA???
— N-nem vem, Ja-Javé. F-fiz t-tudo do jeito que v-você m-mandou.
— Fez foi porra nenhuma! Do jeito que você fez parece que o milagre foi seu. E ainda bateu na rocha! Eu não mandei apenas ordenar à rocha que desse água? Cê tá querendo ser mais que eu, Moisés?
— L-longe de mim, Ja-Javé!
— Bah! Agora já decidi: Nem você nem Arão vão entrar na Terra Prometida.
— M-m-m-mas…
— E NÃO CHIE!
E assim foi decidido o futuro de Moisés: Conduzir um povo cabeça dura por um deserto desgraçado a troco de nada. É, pelo jeito deus não gosta de improviso… O lugar onde a pedra jorrou água foi chamado Meribá, que é “reclamação” em hebraico.
Peraí, ô Chicoteia! Acho que você já contou essa história…
Pois é. Já contei, vocês podem ler aqui. Mas não é culpa minha: a Bíblia repete mesmo a história do Êxodo 14, com alguns detalhes de diferença. Pra quem busca verossimilhança na Bíblia, tá aí um nó difícil de desatar.

Gostei dessa idéia de blog sem comentários. Demorei a aprender. Deveria desde cedo ter seguido o exemplo de gente mais inteligente que eu, como a Bárbara, a Clarah e o Maior Rumbeiro do Itaim Paulista. Mas o narcisismo, ah, o narcisismo… Bom, o negócio é que agora me libertei do vício. Liberte-se você também! Apóie a campanha:

Porque leitor bom é leitor calado.

Comentários alimentam nossa vaidade. Leitores inteligentes que fazem críticas pertinentes AO TEXTO nos ajudam a manter a qualidade do blog e ver onde estamos errando e em que podemos melhorar. Comentários nos permitem descobrir novos blogs interessantes. Leitoras interessantes comentam, o que é sempre bom. Ah, são muitas as vantagens dos comentários.
No entanto, há desvantagens muito grandes também. Leitores burros fazem críticas sem base alguma. Imbecis vêm pedir link e comentários em seus blogs de merda. Barangas começam a se insinuar.
E há os stalkers, pessoas sem vida própria que tentam ganhar destaque às custas de pessoas muito mais inteligentes e capazes do que eles, pobres coitados descerebrados. Não me refiro aqui ao Velociraptor, com quem acho que tenho um acordo tácito (e não expresso) de não-agressão depois que brincamos de “Celebridades Mortas” no chat de sexta-feira. Refiro-me a um outro imbecil, que quer chamar a atenção postando centenas de comentários por aqui.
Por causa disso, e para evitar futuros imbecis (eu sempre contei com a imbecilidade humana e nunca me decepcionei), este blog não terá mais espaço para comentários. Já era tempo. Há moscas demais na minha sopa.
E agora o sacripanta diz que está lendo os bugs do Movable Type para tentar invadir isto aqui, ou foder tudo, ou sei lá que porra. Para ele, minha resposta padrão: Invade logo, babaca! Isto aqui não passa de um blog, isto aqui não é minha vida. Se isso vai te fazer bem, ficarei feliz por ter ajudado.
É isso. E vem a propósito a genial campanha de Tia Cris, a qual apóio (agora por pura solidariedade, já que eu mesmo não terei mais que me preocupar com comentários):

Não é porque eu sei que ela não virá que eu nao veja a porta já se abrindo
E que eu não queira tê-la, mesmo não tendo a mínima lógica esse raciocínio
Não é que eu esteja procurando no infinito a sorte para andar comigo
Se a fé remove até montanhas, o desejo é o que torna o irreal possível
Não é por isso que eu não possa estar feliz, sorrindo e cantando
Não é por isso que ela não possa estar feliz, sorrindo e cantando
Não vou dizer que eu não ligo, eu digo o que eu sinto e o que eu sou
O problema é que eu te amo
Não tenha dúvidas, pois isso não é mais secreto

(Nando Reis – Meu Mundo Ficaria Completo)