Não tem jeito: Eu até consigo parir uma mentira, mas amamentar, cuidar, sustentar, aí já são outros quinhentos. Então deixa eu falar logo a verdade para vocês.
Semana passada eu e a menina da torre resolvemos inventar que estávamos namorando. Assim, só de farra. Para nossa mútua surpresa, a reação foi imediata e desproporcional aos “fatos”: Eu e ela recebemos dezenas de emails e mensagens de icq congratulando-nos. Então resolvemos deixar assim para ver o que acontecia.
É, mas quem é que pode controlar o destino? Tínhamos combinado que anunciaríamos nosso fictício noivado quando eu voltasse do Rio de Janeiro. Só que coisas aconteceram durante o fim-de-semana. Coisas inesperadas, surpreendentes, belíssimas. E nossa brincadeira perdeu seu sentido.
Não vou entrar em detalhes. Basta dizer que o choque entre galáxias do qual eu falei aqui aconteceu de forma explosiva entre duas das pessoas que eu mais amo.
O que importa é que vocês entendam que era brincadeira (como de resto é quase tudo que há neste blog). Se alguém se sentiu ofendido, só posso pedir sinceras desculpas. E pensem duas vezes antes de considerarem quaisquer informações que eu der aqui. Sou um mentiroso contumaz.

Lendo o Jot, no seu post-de-ontem-às-onze-e-vinte-e-cinco-da-noite (o link pro post não funfa), descobri por que esse negócio de cupido não funciona direito comigo: EU SOU O CUPIDO, CARALHO! Seria tentativa de suicídio se funcionasse comigo!
Hum… Será que dá pra ganhar dinheiro com isso? E será que dá pra cobrar reotrativo retroativo? Hum… Conheço algumas pessoas que me devem uma grana… Aê, equipe de remo! Todo mundo pagando o negão aqui!

E agora, meu velho? Toda aquela solidão que você cultivou, todas aquelas muralhas com as quais você fortificou sua cidade, toda aquela carapaça que você desenvolveu, e agora? O que fazer de tantas defesas? De um só golpe ela derrubou tudo e mostrou ao mundo (e talvez um pouco a você próprio) quem você realmente é. Confesse: Quando a viu chegando, tão miúda, pisando tão de mansinho, você sequer imaginou que ela seria capaz de causar tamanho estrago. E no entanto aí está você, vendo a luz depois de tanto tempo. Seus olhos piscam mais do que é de seu costume, e você sorve a novidade desse novo mundo desconhecido.
E agora, amigo? O que fazer com essa felicidade que de repente lhe invadiu o peito, o que fazer com essa súbita vontade de gritar coisas bonitas? Quem é esse novo homem? Como explicar essa revolução ao povo que assiste, atônito, ao seu renascimento?
E agora, e agora? Que sorriso besta é esse na sua cara? Que senso de humor leve é esse, meu velho?
E agora? Oras, foda-se! Eu vejo a mudança acontecendo, e fico feliz de uma forma que eu não ficava há muito tempo. Porque você, meu amigo, finalmente resolveu pegar seu remo e vir nos ajudar. Agora rema, desgraçado.
E agora?
Agora é que são elas…