Eu quero que o 300.000º visitante se foda.
Dia: 23 de abril de 2003
Singeleza
“Amanhã eu vou discotecar na Funhouse, e se tu não for eu vou te castrar, tá? Eu já falei com os Negros Eunucos From Outer Space e… TU TÁ FODIDO, CARA. Se me der cano mais uma vez, adeus bolinhas. Beijo.”
Ai, ai… Só mesmo uma senhora grávida para deixar na minha caixa postal um recado com tamanha carga de poesia e emoção…
Hum…
Sei não. Valeu como primeira tentativa, mas ficou bem ruinzinho esse último capítulo. Tempos verbais tortos, frases mal construídas. Sei não.
A prova das águas amargas (Números 5:11-29)
O livro de Números até que estava indo bem com aquele negócio de contagem do povo, ordem das tribos no acampamento, divisão de tarefas. Só que deus não agüentou por muito tempo: Na primeira oportunidade que teve, desviou o assunto para leis, rituais e castigos, temas que já apoquentaram bastante no Levítico. Veio com aquela ladainha de pessoas impuras, depois o pagamento de prejuízos, e lá vamos nós chafurdar no meio das leis.
Mas a verdade deve ser dita: Vez por outra ele inventa umas leis bem interessantes (para não dizer esdrúxulas). Essa tal prova dos ciúmes, por exemplo, também conhecida como prova das águas amargas.
Desde os tempos mais remotos o homem busca resposta para três questões que não param de incomodá-lo nem durante o sono, quais sejam:
1. De onde viemos?
2. Para onde vamos?
3. Será que aquela feladaputa tá me chifrando?
Para as duas primeiras, deus inventou a religião. E para a terceira (e mais importante), inventou a prova das águas amargas. Era assim: O cara começa a notar a esposa diferente. Mais solta, mais leve, com um sorriso de Mona Lisa na cara o tempo todo. Vendo a transformação da mulher, outrora tão recatada e apagadinha, a desconfiança ganha força a cada dia. Ou então nem isso: Paranóico por natureza, ele começa a desconfiar da mulher sem razão alguma. O que fazer? Conformar-se? Cultivar e polir os novos adereços de cabeça? Ou revoltar-se de vez e matar a piranha desgraçada, correndo o risco de cometer uma injustiça? Em que sinucas de bico pode um corno se enfiar, não?
E aí entra a tal prova: Desconfiado, o candidato a chifrudo leva a esposa até o sacerdote, juntamente com um quilo de farinha. Farinha de cevada, não aquela do Beiramar. Então. Dentro do Tabernáculo, diante do altar, o sacerdote inicia um ritual no mínimo estapafúrdio: Coloca terra do chão do tabernáculo dentro de um jarro com água e entrega a farinha na mão da mulher, depois de soltar os cabelos (da mulher, não do sacerdote, que não é mulher de L’oreal). Feito isso, o sacerdote diz: “Seguinte, minha filha. Teu marido aí tá desconfiado da tua honestidade. Pois vamos fazer o seguinte: Se for só paranóia dele, nada te acontecerá por beber essa água. Mas se ele for corno mesmo, que tua genitália seque e teu útero inche”. Então a mulher diz “Amém” que, como vocês sabem, significa “Que assim seja”.
Muita presepada? Que nada, ainda tem mais! Depois disso, o sacerdote escreve o juramento todo numa tira de couro e lava a tira na mesma água, oferece a farinha no altar, e dá a água para a mulher beber.
O que acontece depois não é bem claro. O que este capítulo do livro de Números diz é que, depois de beber a tal água, nada acontece se a mulher for inocente. Se for culpada, no entanto, a maldição se cumpre, a genitália seca, o útero incha e a mulher fica estéril (além de ser amaldiçoada para sempre). Sobrenatural, hein? Pois bem, mas há uma tradição que diz que o negócio era muito mais simples: A mulher bebia a tal água. Se fizesse careta, era considerada culpada. E eu só queria saber quem é que toma água com terra e tinta sem fazer careta.
— Ô, Chicoteia! E se fosse o contrário? E se a mulher desconfiasse do marido?
Ia chorar na cama, que é lugar quente. Isso é que é justiça, não?
Autocrítica (de leve)
Estava relendo alguns dos meus primeiros posts. Para minha total surpresa, me peguei rindo de algumas coisas que escrevi. Os primeiros capítulos do Gênesis eram muito melhores do que tudo que tem aparecido por aqui. Ninguém lia o JMC naquela época, então eu sentia aquela liberdade que só a falta de público proporciona.
E então resolvi reler alguns dos capítulos recentes. Jesusmariajosé! Essas conversas de Moisés, Arão e deus já estão muito manjadas, não? Cadê o narrador? Leiam o capítulo da Arca de Noé, vejam como a presença do narrador torna a leitura bem mais interessante do que a preguiçosa seqüência de travessões em que se tornaram os capítulos bíblicos desde o Êxodo.
Anteontem, fazendo a mudança de provedor, percebi que a quantidade de imagens e músicas do JMC estourava o limite estabelecido pelo provedor novo. Então pensei: Pra que tanta figurinha, tanta música, tanta firula, tanta perfumaria? Não era esta a proposta. Não sei bem qual era, mas um blog cheio de fotos definitvamente não fazia parte do projeto original. Onde foi que eu me perdi?
Apesar da caralhada de visitas que isto aqui recebe todos os dias, tenho quase certeza de que os leitores dos capítulos bíblicos formam um público muito pequeno e fiel. E é por eles que eu acho que preciso tentar recuperar meu estilo de um ano atrás, narrar mais, ter menos preguiça, procurar fazer humor e não apenas palhaçada.
Vai ser uma trabalheira da porra. E já começo no próximo capítulo.
Prole
Cáspita! Já estou com 24 filhos no BlogTree! Melhor eu contratar logo um bom advogado…
Filhos pródigos
Dois Profetas de volta ao seu devido lugar: Utopia Dilucular e Vai trabalhar, vagabundo. O retorno de Pedro Nunes e Chico Barney foi um grande alívio para o mundo bloguista. Mas sei não, sei não… Os dois acabaram com os blogs ao mesmo tempo, depois voltaram ao mesmo tempo. Será que rolou uma lua-de-mel no intermezzo?