Não conheço seu nome ou paradeiro
Adivinho seu rastro e cheiro
Vou armado de dentes e coragem
Vou morder sua carne selvagem
Varo a noite sem cochilar, aflito
Amanheço imitando o seu grito
Me aproximo rondando a sua toca
E ao me ver você me provoca
Você canta a sua agonia louca
Água me borbulha na boca
Minha presa rugindo sua raça
Pernas se debatendo e o seu fervor
Hoje é o dia da graça
Hoje é o dia da caça e do caçador
Eu me espicho no espaço feito um gato
Pra pegar você, bicho do mato
Saciar a sua avidez mestiça
Que ao me ver se encolhe e me atiça
Que num mesmo impulso me expulsa e abraça
Nossas peles grudando de suor
Hoje é o dia da graça
Hoje é o dia da caça e do caçador
De tocaia fico a espreitar a fera
Logo dou-lhe o bote certeiro
Já conheço seu dorso de gazela
Cavalo brabo montado em pêlo
Dominante, não se desembaraça
Ofegante, é dona do seu senhor
Hoje é o dia da graça
Hoje é o dia da caça e do caçador

(Chico Buarque)
A que vem isso, Marcurélio???
Xapralá…

Jesus, me chicoteia! (04:21 PM) :
Caralho, moskito. Vai pra casa gravar a música. Tô curioso.
moskito (04:24 PM) :
ae!
—– cidão, meu chefe, eu vou fazer umas paradas em casa com uma musica do marco aurelio.
—– O q legal!
—– pois é. vou chegar la 7 horas e vou direto pra casa fazer!
—– 7 horas? nãoooooo pegue o onibus das 5 e vá pra casa antes!
não foi bem isso, mas foi mais ou menos assim.. daqui a alguns minutos to indo pra casa
Jesus, me chicoteia! (04:25 PM) :
HAHAHAHAHAHA

AGUARDEM!

(Levítico 14:33-57)
— Muito bem. Quando houver lepra numa casa.
— PORRA, JAVÉ! É MOFO! MOFO! NÃO LEPRA! MOFO!
— Hum… Arão?
— Quê?
— Lembra dos seus filhos?
— Claro.
— Quer ir encontrá-los mais cedo?
— Er… Não.
— Então não abuse do Javezinho Paz e Amor aqui.
— Ok.
— Como eu ia dizendo, quando houver MOFO em uma casa…
— S-só u-uma co-coisa, Ja-Javé…
— Ai meu saco… Que foi agora?
— N-nós não te-temos c-casas. Mo-moramos em t-tendas, le-lembra?
— Eu sei, Moisés. Essa lei é pra quando vocês estiverem morando em Canaã.
— Ah, e lá nós vamos morar em casas de tijolo e tal?
— Vão sim, Arão. Tô pensando em fazer um Projeto Cingapura por lá, ou uma Cohab, ou um mutirão, não sei ainda. Mas então. Quando vocês estiverem lá em Canaã, e o dono de uma casa perceber que há mofo nas paredes, irá falar com o sacerdote. O sacerdote ordenará que tirem tudo o que houver dentro da casa e depois fará o exame. Se houver manchas esverdeadas ou avermelhadas nas paredes, o sacerdote deixará a casa fechada por uma semana.
— Com os móveis do lado de fora? E o dono da casa, fica como?
— Bah, cada um com seus problemas. A casa fica sete dias fechada, o dono que se vire. Parentes todo mundo tem. Porra, Arão, não me encha com esses detalhezinhos sem importância.
— Ok, tá bom…
— Tá aprendendo, né? Bom… Passada uma semana, o sacerdote voltará a examinar a casa. Se as manchas tiverem se espalhado, as pedras em que houver mofo serão tiradas e todo o reboco raspado, e tudo isso será jogado numa caçamba de entulho fora da cidade. Depois disso, serão colocadas pedras novas e a casa será rebocada novamente. Se depois dessa trabalheira toda aparecer mofo na casa novamente, puta que pariu, vai ter azar assim lá longe! A casa será derrubada e todo o entulho levado para a caçamba fora da cidade.
— Po-porra! O c-cara v-vai fi-ficar s-sem ca-casa só p-por ca-causa de um p-pouco de mo-mofo!
— É isso aí! Quero que vocês sejam puros!
Você quer é que pensem que somos malucos…
— Disse alguma coisa, Arão?
— Eu disse que nessa época o deserto é cheio de macucos.
— Hã? Arão, acho que cê tá ficando caduco.
— É, acho que sim.
— Pois é… Mas continuando: Se depois da reforma o mofo não aparecer mais, a casa será declarada pura. Aí o sacerdote vai fazer toda aquela presepada com os dois passarinhos, o cedro, a lã vermelha e o hissopo.
— Que presepada é essa?
— Ah, é. Cê não tava aqui Arão. O Moisés anotou, depois ele te passa. É uma cerimônia para purificação da casa.
— Parece mais é macumba…
— Bah, vocês dois sempre com as mesmas idéias. Bom, acabou esse negócio de lepra e mofo. Vamos falar de coisas mais interessantes…

Temos aqui no escritório uma garota muito querida por todos. A Carla é um amor. Só tem um problema: É louca. Maluca. Doida. Insana. Pirada. Lelé. Despombalizada do juízo. Hoje, por exemplo. Chegou aqui toda feliz dizendo que veio trabalhar de moto. Ela e o namorado moram em Jundiaí, uma boa distância. Pois bem, essa MALUCA veio dormindo na garupa!
Peraí, peraí. Isso é NORMAL?