Lembram que eu falei que uma garota escreveu um poema para mim. Não lembram? Ai, meu caralho… Tá aqui o post. Então, a autora acaba de autorizar a publicação. Menina, eu só gostaria de ter uma pequena parcela do seu talento para poder retribuir. Mas não tenho, então contente-se com um muito obrigado.
Publico o poema, mesmo sabendo que ele diz mais sobre mim do que eu gostaria que minha meia dúzia de leitores soubesse:
Menino dos olhos procuradores
Por que desvia o olhar?
Medo do outro,
de si,
ou de finalmente encontrar?

Um dia estragou tudo com a palavra
A frase por anos elaborada
E na hora não dita
Estragou tudo com os atos
Que no momento exato
Foram deixados de lado.

Ei, menino, não tema
Você tem a palavra certa
Quando é dita.
Tem o toque suave
Quando suas mãos não hesitam.
E a dor,
não precisa mais procurar
Permanece ao seu lado
No medo
Na fragilidade tão escondida
Nas máscaras por você criadas,
Personagens da sua História,
Parte constante em sua vida.

Estava vendo o Fantástico agora há pouco, e fiquei sabendo que a “escritora” (muuuuuitas aspas) Ilana Casoy foi a ÚNICA pessoa fora da polícia autorizada a acompanhar a reconstituição do chamado “Crime do Brooklin”.
Explico o porquê das aspas: Essa mulher escreveu um livro, Serial Killer: Louco ou Cruel? em que narra casos de serial killers célebres. As histórias são muito boas, mas durante a leitura estranhei a diferença de tom entre as narrativas do livro e o posfácio escrito pela autora: Em contraponto àquelas, que são escritas de forma concisa e rigorosamente científica, este é escrito de forma imatura, cheio exclamações e reticências desnecessárias, além das irritantes fugas para explicações metafísicas baratas, como na frase em que explica a razão de ser do livro: “OS MORTOS TÊM QUE PODER CONTAR O QUE LHES ACONTECEU, TÊM O DIREITO À VERDADE E À JUSTIÇA” (Assim mesmo, tudo em maiúsculas). Terminado o livro, resolvi visitar os websites que a autora cita como fontes. Qual não foi minha surpresa ao me deparar com as mesmas histórias, narradas exatamente da mesma forma e na mesma ordem que no livro. Exceto pelo fato de estarem em inglês, os casos eram contados nos sites exatamente como no livro. Não foi necessário fazer nenhum questionamento sobre quem veio primeiro: Ficou claro para mim que o livro era mera tradução de textos disponíveis na Internet.
Até aí, azar meu: Dei dinheiro para essa impostora, quando poderia muito bem ter lido os textos de graça. Minha reação resumiu-se à raiva típica dos otários quando caem num conto do vigário. Mas comentei o caso com o Jaime que, com sua alma inquieta e questionadora, resolveu ele também comprar o livro (enriquecendo mais um pouco a cara-de-pau) e fazer as comparações com mais cuidado. Muito mais revoltado que eu, ele resolveu fazer um site, The Serial Copier, em que desmascara com grande número de provas essa pseudo-escritora, que publica um livro, vende que nem água e ainda ganha espaço no Fantástico, enquanto escritores de verdade, como o Jaime, precisam vender o corpo para sobreviver. Isto é uma ver-go-nha, como diria aquele parente da escritorazinha.