Em 1989 eu tinha catorze anos de idade. Não podia votar, então apenas torcia pela vitória de Lula. E ele chegou muito, muito perto. Mas o povo brasileiro ficou com medo e preferiu eleger um maluco irresponsável que sequer conseguiu terminar o mandato. Em 1994, Fernando Henrique Cardoso tornara-se imbatível graças ao Plano Real. Eleito, preocupou-se mais em fazer um toma-lá-dá-cá para garantir a reeleição do que em governar propriamente. Em 1998, era desaconselhável que Lula concorresse, e a derrota era esperada.
E eis que chegamos a 2002. Eu duvidei até o último instante da vitória petista. É bom demais para ser verdade. Quando vi o Alexandre Garcia no Fantástico dizendo que o TSE acabara de anunciar que Lula era o novo presidente com 85% das urnas abertas, chorei feito uma bicha. E teve um certo sabor de vingança ver a Globo, que em 89 moveu o mundo para eleger Aquele Cujo Nome Não Se Deve Pronunciar, babando o ovo para o novo presidente. E agora é a vez da mil vezes maldita revista Veja, que na edição anterior ao segundo turno ainda jogou uma última cartada para tentar desestabilizar a campanha de Lula, dando aos chamados “radicais” do PT importância inexistente.
O dia da posse vai ser foda. É capaz de eu ser internado, sei lá. Não alimento falsas esperanças. Como disse meu amigo André Barrocal, a posse vai ser nosso último momento de comemoração. Queríamos o Lula de 89, o Lula-Lá, não essa coisinha abicholada de Lulinha Paz e Amor. Seja como for, no entanto, será certamente bem melhor do que José Serra jamais seria. O PSDB cometeu um erro grave ao lançar aquele ser antipático como candidato à presidência. Enfim, melhor para nós. Agora é Lula.
Caralho, ainda não consigo acreditar.

O imbecil que andava fazendo comentários imensos aqui assinando como “Não sou fariseu” foi devidamente banido. Eu ia apagar os comentários dele, mas isso tiraria o sentido das discussões que rolaram e tal. Cara, seja você quem for, suma daqui.

Encontrei outro cyber café aqui em Arraial D’Ajuda. Mais barato e com possibilidade de acentuação. A única coisa estranha é que cada tecla tem o caracter hebraico correspondente numa etiquetazinha colada. Aliás, por todo canto que você anda nessa cidade há coisas escritas em hebraico. Dizem que vem muito israelense pra cá. E devem ser MUITOS mesmo. É muito difícil de se encontrar placas ou cartazes de estabelecimentos em inglês ou espanhol, mas em hebraico tem por todo lado.
Bah, do que é que estou falando??? Vou ali encher o cu de pinga. Essa cidade é linda. Dica: Ignorem Porto Seguro, Arraial D’Ajuda é o que há.
Saudades de vocês, minha meia dúzia de leitores.

E-este cy-cyber ca-cafe que o Chi-Chicoteia a-a-arrumou e m-muito ru-ruim! Os a-acentos n-nao fu-funcionam, u-uma m-merda. M-mas t-tem ao me-menos u-uma co-coisa b-boa: Os ca-caracteres a-acentuados a-aparecem na te-tela em he-hebraico! J-ja estou a-ate co-comecando a e-entender as m-merdas q-que e-esse fe-feladaputa ta-tanto e-escreve so-sobre m-mim. Te cu-cuida, chi-chicoteia, q-que vo-vou ma-mandar o Ja-Jave a-atras de vo-voce e…
Me chamou, Moises? Porra, Moises tem acento. Moises. PORRA! QUE MERDA ESTA ACONTECENDO AQUI???
— Re-relaxa, Ja-Jave. S-so to a-avisando p-pro Chi-Chicoteia que e p-pra e-ele se cu-cuidar.
Ah, ja estou de olho nesse vagabundo faz tempo. Vou acabar com a raca dele, vou matar, trucidar, degolar, esfolar, empalar. SANGUE! SANGUE! SAAAAAAAAAAAAAAANGUEEEEEEEEEEEE!
— Ca-calma, Ja-Jave… S-seu co-coracao….

E aqui estamos nos. Arraial da Ajuda. O teclado nao quer brincar de acentos, e nao estou com paciencia para configurar isso. So digo que estamos nos divertindo que so a porra. E, pombas, estou na Bahia, uma preguica danada de escrever. Isso aqui e so pra avisar que estou vivo. Por enquanto.